Carreira

A mulher e a desigualdade no mercado de trabalho

A mulher e a desigualdade no mercado de trabalho

Estudo inédito sobre a desigualdade no mercado de trabalho mostra que desigualdade no trabalho ainda existe e muito forte. A percepção da competência das mulheres é 35% menor que a dos homens quando ambos agem de maneira contundente. Enquanto os problemas em ser contundente são associados a personalidade no caso da mulher, isso é, seriam culpa apenas dela, no caso dos homens eles são associados a causas externas, o que poderia justificar sua conduta mais rígida. 

E se seus colegas discriminassem você apenas por ser mais contundente no seu modo de se expressar?

Uma característica não tão incomum em gestores, a contundência, contudo, é vista de maneiras bem diferente entre homens e mulheres, o que pode piorar bastante o relacionamento interpessoal na empresa. Sabemos que existem mulheres ponderadas, porem, isto não está claro para o mercado, qualquer sinal de braveza é interpretado como muito ruim.

Segundo pesquisa da empresa de treinamentos corporativos CrucialLearning, a percepção da competência das mulheres dentro das organizações nos EUA chega a ser 35% menor do que a dos homens quando essas agem de maneira mais contundente, ou ríspida.

O estudo mostrou que a atribuição de um suposto comportamento mais agressivo por parte das mulheres geralmente é associada como um problema de personalidade, enquanto no caso masculino esse tipo de atitude acaba sendo atribuído a causas externas, como o ambiente de trabalho, a exigência das metas, entre outros.

Isso, segundo a pesquisa, colabora com a diminuição da percepção de valor das colaboradoras, que acaba caindo U$15.088 em relação aos homens que têm esse tipo de conduta, afetando assim o já conhecido gap salarial entre os gêneros.

A PESQUISA

Utilizando como base uma pessoa de nome neutro, os pesquisadores simularam diversas situações nas quais atores do sexo feminino e masculino falavam de maneira ríspida em uma situação comum no mundo dos negócios: uma reunião.

Ambos utilizaram um roteiro idêntico e tinham perfis muito semelhantes física e psicologicamente, sendo a única diferença entre eles a suposta performance de gênero.

4.517 pessoas foram entrevistadas para a primeira etapa, que consistia em mostrar de modo geral a percepção das pessoas sobre alguém que fala de maneira mais forte.

A opinião negativa sobre falar de maneira ríspida chegou perto da unanimidade.

Contudo, essa percepção ruim foi ainda pior no caso da mulher, sendo ela penalizada em 16% a mais do que os homens em seu status e 13% menos competente do que o homem nesta mesma situação.Na segunda etapa, realizada com 7.291 pessoas, os aspectos Comportamento, Valor e Indução foram testados nas falas da atriz e do ator para observar como variaria essa percepção das pessoas sobre os “gestores” da performance.

Os entrevistados foram testados com as mesmas perguntas da primeira etapa.

No primeiro caso, os atores demonstravam com seu comportamento o que iriam dizer antes mesmo de dizer: “Eu vou expressar minha opinião bem diretamente.

Vou ser o mais específico possível”, diziam eles.

Aqui, a diferença não foi tão grande: apenas de 1% entre a percepção positiva de mulheres e homens mais contundentes.

No segundo, ambos usariam frases mais carregadas de valor quando mostravam discordância: “Vejo isso como um problema de honestidade, então é importante pra mim deixar claro minha posição.

"Nesse caso, a percepção positiva variou em 6%, colocando os homens com mais vantagem do que as mulheres ao usarem um contexto valorativo para explanar suas convicções.

Já no terceiro caso, a atriz fez uma espécie de indução ao dizer para as pessoas a que poderia haver um preconceito na interpretação das pessoas quando ela falar de determinada maneira: “Eu sei que é arriscado para uma mulher falar de forma contundente, mas eu vou expressar minha opinião de modo bem direto.

“Com essa afirmação, a mulher conseguiu melhorar em quase 30% o como é percebida quando se expressa de maneira mais ríspida.

COMO LIDAR?

A desigualdade de gênero é uma realidade injusta.

E, embora ela seja inaceitável e precise ser abordada a partir de uma abordagem estrutural na gestão de conflitos, isso é, em nível cultural, jurídico, organizacional e social, ainda há muito que os indivíduos também possam fazer para ajudar a melhorar esse tipo de situação.

Pessoas mais cautelosas e ponderadas em sua comunicação, por exemplo, reduzem os efeitos das adversidades em relação a essa desigualdade de gênero em até 27%, segundo o estudo.

O cuidado na hora de se comunicar, portanto, pode melhorar significativamente o ambiente de trabalho, ajudando no gerenciamento de conflitos e consequentemente o relacionamento interpessoal na empresa.

Conclui-se, assim, que falar de maneira ríspida cria mal-estar para todos - ainda que isso seja pior para as mulheres.

Esse mal-estar ocorre quando as pessoas usam suas emoções para ter conclusões negativas sobre o que alguém está falando.

Porém, esse mal-estar pode ser reduzido quando quem fala utiliza alguns segundos pra explicar sua intenção positiva antes de se posicionar.

Veja o estudo completo e entenda também como os treinamentos da Aspectum podem ajudar você e sua organização a se transformarem para melhor a partir da cultura do diálogo.

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