Toda empresa, bem como a sua gestão empresarial, tem aspectos visíveis e invisíveis dentro da sua estrutura. Em poucas palavras, existem fatores que são facilmente perceptíveis a respeito da organização tanto pelo seu público interno e externo quanto pelos clientes e pela concorrência.
Por outro lado, existem aspectos um pouco mais profundos e alguns ainda mais enraizados na cultura e no dia a dia das empresas que são difíceis de serem percebidos e, dessa forma, transformados.
Esse conceito é chamado de iceberg da cultura organizacional, justamente por se assemelhar a um iceberg: a ponta é apenas uma pequena parte, mas existe muito mais embaixo que precisa ser considerado, especialmente se os gestores e o RH pretendem fazer transformações na forma de agir da sua equipe — e, consequentemente, nos resultados.
Para saber mais sobre o assunto e como alinhar a cultura organizacional da sua empresa, continue a leitura!
O iceberg da cultura organizacional
Conceito interessante, não é mesmo? E também muito útil! A visão da empresa por meio da analogia do iceberg da cultura organizacional é capaz de apontar aos gestores e empresários algumas atitudes consideradas fechadas e autocráticas que podem impedir o crescimento da empresa e, também, a renovação da sua imagem no mercado.
Ainda que, à primeira vista, a administração e a gestão desse negócio sejam feitas de um jeito mais moderno — no que diz respeito aos aspectos econômicos, culturais, sociais, políticos e tecnológicos, por exemplo — existem atitudes tão enraizadas ali que parece que simplesmente fazem parte do negócio, e, dessa forma, são intocáveis e imutáveis.
Nada mais longe da verdade. Encontrar esses aspectos culturais na parte mais profunda às mudanças é a chave para a verdadeira transformação do negócio, em relação às pessoas, às fontes de recursos e, claro, aos resultados.
Por isso, é essencial saber identificar cada um desses fatores e onde eles se encontram nesse iceberg. Acompanhe!
Ponta do iceberg
Nesse local, estão localizados os fatores culturais de uma empresa que são facilmente vistos por todos, desde a própria equipe até o mercado externo:
- normas;
- comportamentos;
- formas de falar e vestir;
- organização do ambiente físico;
- delegação das tarefas comuns.
Meio do iceberg
Aqui, estão os fatores que, por vezes, são os mais trabalhados pelos profissionais de Recursos Humanos, pois são aqueles amplamente abordados para conquistar um ambiente de trabalho melhor:
- atitudes como o dinamismo, a proatividade e a colaboração;
- valores enraizados nos colaboradores;
- valores difundidos para a conquista de uma imagem positiva, mas que não saem do papel;
- ideias positivas.
Base do iceberg
Na parte mais profunda do iceberg (conhecida como a subcultura organizacional) também estão as questões mais profundas relacionadas à cultura organizacional de uma empresa. Como dissemos, são crenças tão enraizadas que atuam de forma inconsciente. Além disso, todo novo colaborador que chega à equipe já se adéqua a elas sem saber como isso, na verdade, começou:
- suposições;
- valores culturais.
As consequências de uma cultura organizacional desalinhada
Não é difícil para qualquer pessoa perceber que todos esses aspectos, independentemente de onde estão localizados no iceberg, podem prejudicar ou elevar os resultados de uma empresa.
É um desafio para a equipe de RH perceber e organizar tais fatores de uma forma profissional e sem pré julgamentos. Para superá-lo, é importante buscar a participação dos gestores mais velhos da casa e, até mesmo, dos donos para tentar identificar a fonte de alguns desses fatores — e trabalhar em uma mudança mais assertiva e eficaz, especialmente ao longo prazo.
Caso esse trabalho não seja feito, toda a empresa corre o risco de sofrer diversas consequências negativas. Acompanhe as principais, de acordo com a localização no iceberg da cultura organizacional.
Ponta do iceberg
O principal problema enfrentado por uma cultura desalinhada no topo do iceberg, que diz respeito aos comportamentos no dia a dia da equipe e às normas são:
- colaboradores sem engajamento;
- taxa de turnover elevada;
- performance ruim.
Como você pode ver, cada um desses elementos leva ao outro; e todos juntos levam ao insucesso do negócio. Ao não organizar nem estruturar tais normas (tanto em relação ao trabalho quanto ao comportamento), o ambiente começa a se tornar inóspito e o trabalho parece não render.
Assim, o time começa a ficar desmotivado, busca outros empregos e a performance, como um todo, despenca — seja por desmotivação ou pela falta de tempo de treinar uma equipe mais alinhada, já que o turnover é grande.
Meio do iceberg
Quando os talentos não são motivados e desenvolvidos da forma correta e os valores da empresa são direcionados apenas para serem difundidos entre o público externo (fornecedores, clientes e concorrência), sem considerar o time, muitos problemas começam a aparecer, como:
- frustração com os processos;
- liderança ineficaz e pouco desenvolvida;
- falta de inovação.
Aqui, também não é difícil perceber como as consequências do desalinhamento estão diretamente ligadas umas às outras. Pouco motivados e treinados, os colaboradores não dão o melhor de si e se sentem desanimados com os processos do trabalho. As lideranças, por sua vez, não conseguem conversar com a equipe, pois os valores reais e os "criados" são diferentes.
Por fim, a inovação não chega, afinal, a empresa não sabe exatamente de onde vem e o que busca.
Base do iceberg
Mais difíceis de serem percebidas e transformadas, as consequências da base do iceberg incluem:
- valores difíceis de serem entendidos;
- cultura e estratégia organizacional desalinhadas;
- resistência à mudança.
Percebeu o desafio de encontrar esses problemas e de solucioná-los? Isso porque uma equipe que não consegue compreender os valores da sua empresa não consegue ser direcionada para um único objetivo, e, consequentemente, não vai conseguir trabalhar com todo o seu potencial pelo bem do negócio.
Além disso, esse ambiente confuso e pouco motivacional, pouco a pouco, vai sendo transformado em um local que resiste às mudanças — sejam elas de comportamento interno ou do próprio posicionamento da marca. Pode ser difícil, por exemplo, implantar tecnologias ou começar a trabalhar com recursos mais ecológicos, por exemplo.
Identificar os aspectos do iceberg da cultura organizacional é tão desafiador quanto fundamental para o RH e os gestores de uma empresa. Conhecer a sua estrutura, bem como o que precisa ser transformado, é o primeiro passo para seguir um novo caminho rumo ao futuro de sucesso.