Cultura Organizacional

Gestão de Treinamento: Guia com etapas, importância, desafios e mensuração

Gestão de Treinamento: Guia com etapas, importância, desafios e mensuração

Em uma empresa, existe a necessidade de traçar estratégias efetivas para garantir o crescimento e o desenvolvimento de colaboradores. Por meio da gestão de treinamentos, por exemplo, há a possibilidade de mapear as competências necessárias a serem desenvolvidas, de buscar no mercado soluções para que possam ser implementadas e identificar qual foi o impacto que isso trouxe para os resultados da organização.

Neste material, a gente explica mais detalhes sobre o que é a gestão de treinamentos, quais são os diferenciais de contar com uma, além de apresentar algumas boas práticas que podem ser implementadas para garantir que as pessoas estejam capacitadas de acordo com as suas necessidades. Continue a leitura e tire as suas dúvidas!

O que é gestão de treinamento

Hoje, as pessoas escolhem uma empresa considerando muito mais que o salário que elas vão ganhar ao final do mês. Outros aspectos são analisados observando, inclusive, plataformas e canais pelos quais antigos colaboradores deixam suas percepções em relação àquela marca.

Clima, organização, lideranças, entre outros pontos são levados em conta pelos candidatos, bem como a preocupação que a organização tem com o processo de desenvolvimento dos funcionários. Nesse sentido, a gestão de treinamentos se torna imprescindível.

Trata-se de uma prática comum nas empresas para otimizar a capacitação de toda a equipe. Desenvolvendo profissionais, naturalmente você tem a oportunidade de aumentar a performance da empresa, uma vez que os gaps identificados poderão ser facilmente supridos.

Sendo assim, a gestão de treinamento tem como objetivo analisar se existe algum processo de capacitação, criar quando necessário, bem como reestruturar aqueles já existentes para que os impactos de fato sejam percebidos por todo o time.

Etapas da gestão de treinamento

Agora que você já sabe o que é a gestão de treinamento, vamos explicar um pouco mais sobre as etapas necessárias para criar ou para reestruturar em casos nos quais já existe capacitação da equipe, mas sem um processo bem definido. Confira!

Definir as necessidades da empresa

Antes de mais nada, é preciso identificar quais são as necessidades da empresa. Exemplo: suponhamos que você conta com uma equipe de marketing de alta performance. As metas preestabelecidas estão sendo alcançadas com êxito, gerando o volume de leads necessários para que o time de pré-vendas possa qualificá-los e enviá-los para o time de vendas.

Na etapa de qualificação, esse processo também está estruturado e um grande volume é passado para a equipe comercial. No entanto, por algum motivo que não foi identificado ainda, as vendas não fecham. Ou seja, o resultado gerado em todo o funil não é percebido nos resultados.

Ao analisar os motivos que levam a esse cenário, percebeu-se que grande parte da área estava enquadrada no perfil Junior e precisava de capacitação para contornar as objeções dos clientes. Sendo assim, há a oportunidade de buscar treinamentos que supram exatamente esse ponto, de modo que as pessoas da equipe saibam quais são as estratégias mais utilizadas do mercado e consigam fechar bons contratos.

Considerar o perfil dos colaboradores

Outro ponto importante é o de considerar o perfil dos colaboradores. Há empresas em que treinamentos presenciais surtem muito mais efeito, enquanto em outras as capacitações remotas e assíncronas são mais eficientes. Afinal, esse último tipo permite aos profissionais identificar qual seria o melhor momento para realizar essa atividade, de acordo com a sua rotina e com a sua produtividade.

Além disso, é necessário identificar quais seriam as melhores práticas de capacitação que se encaixam no cenário de sua empresa. Existem perfis que preferem algo mais interativo, com quizzes, jogos etc. Outras gostam da teoria e de exemplos práticos mais visuais.

Não existe certo ou errado. O ideal é que seja feita uma pesquisa interna para identificar os gaps e também para entender quais seriam as melhores práticas a serem implementadas pelo seu negócio.

Criar um planejamento

Quando abordamos planejamento, dois pontos devem ser considerados pela gestão de pessoas: o planejamento de treinamento e desenvolvimento e também o planejamento orçamento.

No primeiro, é preciso que a equipe identifique quais são as etapas necessárias para realizar as capacitações. Mais à frente, vamos apresentar como é possível mapear as competências a serem desenvolvidas no time, independentemente do setor. Esse é um dos tópicos que precisam ser analisados antes de escolher qualquer curso para a sua organização.

Também é preciso que seja feito um cronograma. Se o curso for assíncrono por meio de uma plataforma, qual é o prazo que a equipe tem para concluir? Vai ter alguma certificação? Qual é o período em que a empresa vai analisar os resultados obtidos por meio desse investimento? Todas essas perguntas devem ser respondidas já na etapa de planejamento.

Além disso, também é preciso fazer o planejamento orçamentário. Dessa forma, a equipe pode analisar o orçamento disponível para essa estratégia e até mesmo tentar aprovar com a diretoria um maior investimento, uma vez que se trata de uma importante ação para os resultados do negócio. Será o time de gestão de treinamento que precisará reunir a argumentação necessária para esse momento, de modo que tenha recursos disponíveis para usufruir dos ganhos que essa ação tem para o negócio.

Desenvolver as estratégias

Depois de realizar o planejamento orçamentário, é preciso desenvolver quais são as estratégias necessárias para que haja a implementação da capacitação para toda a equipe. Para o bom desenvolvimento das ações, alguns fatores devem ser identificados previamente.

Disponibilidade dos profissionais

Para treinamentos presenciais, a equipe vai inicialmente entender qual é a disponibilidade dos colaboradores para realizar as atividades propostas. O ideal é que as lideranças sejam orientadas a traçar esse tópico como uma prioridade, uma vez que vai contribuir para os resultados da equipe e, consequentemente, para os resultados do negócio.

Mercado

Além disso, é preciso verificar quais são as disponibilidades no mercado quanto aos tipos de treinamentos. É interessante que a área de RH faça benchmarking com empresas parceiras para entender como essa estratégia é desenhada, pois vai contribuir para tirar insights e adaptar à realidade de seu negócio.

Formato de realização

Depois, a gestão vai entender qual será o formato de realização. Indicamos sempre que seja feito por meio de plataformas próprias para isso. Além de facilitar todo o processo de treinamento e desenvolvimento, vai contribuir para que haja suporte de pessoas capacitadas, orientadas a resultados e que vão oferecer muito mais do que cursos, como também diagnóstico cultural e o acompanhamento do time para verificar de perto os resultados.

Duração

A duração vai depender das necessidades da empresa e da complexidade do que precisa ser desenvolvido. Voltando ao exemplo apresentado mais acima: treinar um time de vendas para contornar objeções de clientes é muito mais simples que formar líderes. Nesse sentido, a duração seria menor.

Se o gap identificado for a gestão de seu time, é preciso entender o que falta para que você tenha lideranças que de fato sejam efetivas, que permitam o desenvolvimento das pessoas e que tenham visão voltada aos resultados sem esquecer o aspecto humano de todos os colaboradores.

Pesquisa de clima organizacional

A pesquisa de clima organizacional pode funcionar como um parâmetro sobre as necessidades que a equipe tem para se desenvolver. Trata-se de um questionário destinado para uma amostra ou para toda a empresa que tem como objetivo entender a percepção de profissionais sobre os mais diferentes aspectos de sua experiência.

Como isso se relaciona com a gestão de treinamentos? Suponhamos que todas as áreas receberam pontuações positivas em relação às lideranças, exceto o time de produto. Com isso, você percebe um gap a ser desenvolvido em um setor específico. Ou seja, tem a oportunidade de implementar capacitações para desenvolver lideranças de um time em particular, de modo que seja uma ação vinda dos resultados da pesquisa.

Deve-se levar em consideração que o resultado da pesquisa, por si, será um diagnóstico. O papel do RH será justamente traçar ações que contribuam para que, nas próximas estratégias, haja mudanças na percepção das pessoas.

Equipamentos necessários

Por fim, é preciso entender quais são os equipamentos necessários para realizar os treinamentos. Novamente, destacamos a necessidade de optar por plataformas voltadas para essa finalidade, pois o próprio computador do colaborador poderá ser utilizado para que a área faça as capacitações necessárias para o seu processo de desenvolvimento.

Importância da gestão de treinamento

Agora que você já sabe como montar um processo de gestão de treinamentos, abordaremos alguns dos principais aspectos que podem ser usufruídos pelo negócio ao implementar uma estratégia como essa. Confira!

Aumento da produtividade

O primeiro ponto a ser destacado é o aumento da produtividade. Se a pessoa tem dificuldades de executar algumas funções em sua cadeira, naturalmente ela vai entregar menos do que poderia.

Novamente, vamos ao exemplo da equipe de vendas. Quando o profissional não consegue contornar as objeções de seus clientes, ele vai gastar muito mais tempo em uma ligação do que o ideal, além de haver os riscos de ele ficar inseguro para entrar em uma ligação e gastar muito tempo montando apresentações que não trazem o que seria de mais relevante para aquele cenário.

Quando há um aumento de produtividade, também há maior motivação por parte da equipe. E o engajamento tem sido um dos desafios de qualquer empresa quando se trata de gestão de times. De acordo com um levantamento realizado pela Gallup, apenas 21% das organizações contam com equipes ativamente engajadas. Número baixo e que se estagnou nos últimos anos.

Dessa forma, traçar estratégias que aumentam a motivação e o interesse das equipes com as suas atividades não traz impacto apenas para os resultados, mas também para a imagem do negócio. Conforme abordamos no início do material, candidatos analisam bastante a empresa antes de aceitar uma proposta. Com essa prática, você vai atrair talentos qualificados e que contribuirão de forma direta para o cenário do negócio.

Diminuição da rotatividade

Rotatividade é um desafio que deve ser superado pelas mais diversas razões. Antes de mais nada, destaca-se o fato de que contratar e demitir profissionais é um custo que pode ser evitado. Quando isso ocorre, a empresa precisa:

  • arcar com todas as obrigações trabalhistas da pessoa desligada, voluntária ou involuntariamente;
  • destinar tempo da equipe para que possa abrir um processo seletivo, entrevistar pessoas e encontrar alguém que tenha o perfil adequado para a empresa e para a vaga que ficou aberta;
  • destinar tempo também dos colaboradores para o treinamento da nova pessoa, que precisará passar por todo um processo de rampagem;
  • redução da produtividade do time, uma vez que a nova pessoa precisa de um certo tempo para entender as suas funções e entregar no mesmo nível que o profissional anterior, entre outros pontos.

Nesse sentido, quando há aumento do engajamento e o clima organizacional é positivo, as chances de haver desligamento voluntário e involuntário reduzem consideravelmente, pois a empresa se preocupa com o desenvolvimento do colaborador e contribui para que a sua performance seja positiva.

Inclusive, treinamentos são capazes de mudar aspectos comportamentais. Se uma pessoa porta uma comunicação violenta, por exemplo, há capacitações que podem mudar esse cenário. Por meio de feedbacks e cursos certos nesse sentido, até mesmo o relacionamento interpessoal é aperfeiçoado.

Reduz o retrabalho

Também destaca-se o fato de que quando há capacitação do time, há menos retrabalho. Se identificar quais são os gaps de desenvolvimento da equipe, facilmente é possível perceber quais são as entregas que não atendem aos requisitos do negócio. Logo, as lideranças precisam solicitar um volume muito menor de modificações no que é feito, o que reduz a necessidade de mexer em algo pronto. Mais um ponto que contribui para a produtividade de todo o time.

Atende as necessidades mais específicas da empresa

Como vimos, há a oportunidade de entender quais são os desafios enfrentados pela área. Dessa forma, a gestão de treinamentos vai atuar de forma cirúrgica nas necessidades mais específicas da empresa, de modo que todos os setores atendam ao que é esperado e contribuam de forma direta para que a organização alcance os resultados preestabelecidos.

Mais um exemplo que ilustra esse benefício: suponhamos que há dificuldades de sua equipe em reter os clientes. Dessa forma, há a oportunidade de entender quais são os principais pontos de insatisfação que levam ao pedido de cancelamento de contrato. Se perceber que é o suporte oferecido pelo negócio, a gestão de treinamentos pode levantar as necessidades dessa área e implementar capacitações específicas para melhorar o desempenho dessas pessoas. Com isso, o churn vai reduzir.

Capacitação da equipe com novas ferramentas

Ao fazer o planejamento para a gestão de treinamentos, o time vai identificar no mercado quais são as melhores soluções voltadas para implementar diferentes tipos de capacitação. Ou seja, vai trazer a oportunidade de profissionais se desenvolverem por meio de ferramentas tecnológicas e que são tendência no mercado, de modo que a sua organização saia na frente com esse diferencial.

Como melhorar a gestão de treinamento

A seguir, selecionamos ainda algumas das principais sugestões para que o seu time possa melhorar a gestão de treinamentos. Saiba mais!

Mapear as competências

A gestão de treinamento deve unir outras estratégias da área de RH para resultados mais efetivos. Como é possível mapear, de maneira precisa, as competências necessárias de colaboradores para que possam desenvolvê-las?

Para isso, indicamos que o processo se inicie durante a Avaliação de Desempenho. Trata-se do momento mais importante de um ciclo bem estruturado de gestão de desempenho, no qual lideranças identificarão melhorias e pontos positivos na performance dos colaboradores.

A partir disso, a gestão dá uma devolutiva aos liderados, traçando quais são os gaps que precisam ser superados. Esses gaps são base para a criação de um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), no qual são desenhadas estratégias e ações para que o profissional possa crescer e, como o próprio nome já diz, se desenvolver nos pontos críticos.

É no PDI que a empresa tem a oportunidade de incluir os treinamentos para suprir esses gargalos identificados na Avaliação de Desempenho. Ou seja, a gestão de treinamentos não pode ser enxergada como algo isolado dentro da área de RH, mas sim como um complemento às demais estratégias já implementadas.

Otimizar a comunicação

Ao implementar as estratégias de treinamento e desenvolvimento, é preciso otimizar a comunicação com todas as áreas. É preciso que as equipes tenham o entendimento de que o processo vai otimizar o trabalho de todos, impactando os resultados. Com isso, naturalmente vai ser um fator positivo tanto para o processo de desenvolvimento individual quanto para o crescimento saudável da empresa.

Investir em gamificação

Entre as vantagens de investir na gamificação, destacamos especialmente:

  • oportunidade de desenvolver novas habilidades dos colaboradores de modo mais leve;
  • facilidade para aderir às tecnologias existentes no mercado;
  • melhorias para o processo de aprendizagem da empresa como um todo;
  • tornar o clima organizacional mais positivo, uma vez que profissionais vão executar as atividades e obter pontuações de acordo com o andamento das tarefas;
  • possibilidade de gerar análises com dados mais precisos do desempenho das pessoas.

Fazer a avaliação do processo

Como identificar se a gestão de treinamentos de fato está sendo efetiva? Como vimos, por meio da Avaliação de Desempenho e do feedback dado aos colaboradores depois que ela é realizada, existe a possibilidade de identificar as habilidades e competências que um indivíduo precisa para se desenvolver.

Dessa forma, o que indicamos é que esse processo seja contínuo. Avaliação de desempenho anual já não funciona mais nos dias de hoje, uma vez que o mercado está em constante modificação e a geração atual gosta (e pede) por feedbacks. Se o processo for feito apenas uma vez ao ano, o profissional não tem a oportunidade de se desenvolver de forma constante, o que impacta tanto na sua motivação quanto nos resultados da organização.

Suponhamos que um analista de marketing voltado para o e-mail marketing precisa se desenvolver no que diz respeito às estratégias efetuadas no canal, que não vêm trazendo muitos resultados. Se ele ficar sabendo disso apenas daqui a alguns meses, muitas oportunidades podem ser perdidas pelo seu negócio, da mesma forma que a pessoa ficará estagnada em um trabalho que poderia facilmente ser melhorado por meio de um retorno de sua gestão.

Quais os desafios da gestão de treinamento

Existem alguns desafios no que diz respeito à gestão de treinamento nas equipes. Entre eles, mencionamos:

  • necessidade de administrar um orçamento curto — por isso a necessidade de comprovar para a diretoria que se trata de um investimento, não um gasto. O que é investido vai retornar para a empresa com a melhoria da performance de profissionais;
  • estimular o engajamento da equipe — a comunicação deve ser alinhada para que a equipe seja engajada a realizar as capacitações, entendendo que aquilo trará um impacto para as suas carreiras;
  • estimular o apoio das lideranças — as lideranças serão importantes aliadas nesse processo. Por isso, é preciso que haja o apoio para engajar profissionais e acompanhar o andamento das atividades;
  • adaptar às novas formas de aprendizagem — especialmente depois da pandemia, os métodos tradicionais já não chamam mais a atenção. Nesse sentido, é papel das empresas se adaptarem às novas formas de aprendizagem e à tecnologia disponível.

Como avaliar os resultados

Alguns aspectos podem ser avaliados para que entenda que a gestão de treinamento de fato é efetiva:

  • engajamento dos colaboradores — como afirmamos, a pesquisa de clima pode ser um importante termômetro para analisar o engajamento de profissionais em relação às práticas adotadas;
  • evolução da equipe — por meio da avaliação de desempenho, lideranças podem entender o quanto a equipe tem evoluído ao longo dos meses, oferecendo continuamente feedbacks para que elas possam se desenvolver cada vez mais;
  • retenção de talentos — se o turnover for baixo, é sinal de que o conjunto de práticas implementadas pela organização tem surtido efeito. Comparar a retenção de talentos dos períodos pré e pós capacitações também pode ser um indicativo.

Neste material, você pôde entender um pouco mais sobre o que é a gestão de treinamento, qual é a sua importância, além de conferir dicas de como implementar. Como vimos, trata-se de uma importante estratégia para que a empresa se destaque em relação aos concorrentes e consiga aumentar o engajamento de profissionais.

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