Pensar em diversidade e inclusão é algo fundamental para os negócios de hoje. São muitas as contribuições de investir nesses pontos, além de acompanhar as transformações sociais. Porém, ainda há várias dúvidas e desafios nesse processo.
A diversidade nas empresas tem um papel fundamental. Muito além de ser uma questão de responsabilidade social, esse aspecto contribui para a satisfação dos funcionários, a atração e a retenção de talentos, a construção de um ambiente mais saudável e a obtenção de resultados mais autênticos e criativos. Para alcançar esses objetivos, porém, é preciso desenvolver conhecimentos na área e realizar os investimentos certos.
O setor de RH tem grande participação quando se fala em tornar uma empresa mais múltipla e inclusiva, auxiliando na transformação de diferentes ações e no próprio dia a dia da companhia. Para ajudar nessa missão, separamos dicas sobre o assunto.
Neste conteúdo, separamos cinco das dicas mais importantes para a promoção da diversidade. As ações envolvem conscientização e mudanças práticas no dia a dia. Continue sua leitura e saiba mais!
Qual a importância da diversidade e inclusão?
Atualmente, é muito comum falar sobre a importância da diversidade e da inclusão para a empresa, o que é extremamente necessário. Porém, algumas corporações podem investir nesse assunto apenas como um "modismo", sem perceber a sua real relevância e abordando-o de forma superficial.
O primeiro passo é, portanto, compreender que não se trata apenas de um tema da moda. Trata-se de uma necessidade, que abrirá várias portas para o negócio.
Empresas diversificadas investem em um time plural, cujas características dos profissionais variam quanto ao gênero, à idade, à orientação sexual, à etnia e à existência ou não de deficiências, por exemplo. Essa multiplicidade reúne olhares, histórias e habilidades distintas, que se complementam, trazendo maior criatividade e humanização para o negócio.
A inclusão, por outro lado, implica respeitar, valorizar, escutar e promover oportunidades a todos, sem tratar as diferenças como empecilho ou como inferioridade. Isso é fundamental para que a empresa alcance todo o seu potencial ao investir na diversidade.
Quando esses dois pontos se unem, a corporação se destaca da concorrência, e o público valoriza e até mesmo prioriza os seus serviços, ao mesmo tempo em que os melhores talentos do mercado passam a se interessar pelo negócio. Enquanto isso, internamente, as ideias se ampliam, a empatia é reforçada e, assim, o ambiente e o clima organizacional melhoram.
O real significado de promover a diversidade nas empresas
A maioria das empresas já têm consciência da importância da diversidade, mas nem todas sabem promovê-la efetivamente. Não se trata apenas de contratar pessoas com variados valores e características, mas de criar condições para que todos os funcionários exerçam seus potenciais, desenvolvam-se e vivenciem um ambiente agradável e positivo dentro da organização.
Muitas vezes, a diversidade é apenas uma fachada para um negócio. A companhia contrata profissionais de diferentes grupos, mas os mesmos preconceitos e obstáculos se mantêm no dia a dia de trabalho.
Não basta contratar um funcionário com deficiência e enxergá-lo como menos capaz, atribuindo-lhe apenas tarefas "mais simples" ou superficiais, por exemplo. Também não se trata de dar espaço para as mulheres e não permitir que alcancem a liderança com a mesma tranquilidade dos homens.
Promover a diversidade é adotar novos valores e construir novos caminhos dentro da empresa, com ações realmente inclusivas que desconstroem padrões e reinventam os processos tradicionais. Traremos exemplos mais práticos nos próximos tópicos.
Avalie o quadro atual da empresa
Antes de iniciar as novas medidas, é preciso compreender o estado atual em que a empresa se encontra em relação à diversidade. Ela já é composta por profissionais de diferentes grupos? Se sim, quais funções e cargos daqueles considerados "fora do padrão"? Esses profissionais costumam participar com ideias e iniciativas assim como os demais? Eles estão crescendo em suas carreiras e ocupando novas posições?
Essas são algumas perguntas para orientar a investigação. Elas ajudam a apontar a existência de barreiras nos processos seletivos e nas promoções de funcionários, por exemplo, assim como fatores como inibição e repressão.
Faça uma análise aprofundada e identifique a raiz de cada um dos problemas mapeados. Muitas vezes, a discriminação e a exclusão se manifestam de formas sutis, em piadas "inofensivas", na comunicação com a diversidade ou até na mentalidade dos demais profissionais, mesmo que isso não fique explícito. Mapeie todos os pontos importantes para que possam ser trabalhados de maneira assertiva.
Como promover diversidade e inclusão?
Agora que comentamos da importância desses aspectos para a empresa, vamos às dicas de como abordá-los corretamente. Confira a seguir algumas das ações mais relevantes nesse processo!
1. Criar cultura de diversidade e inclusão
A diversidade e a inclusão devem se tornar parte da cultura empresarial, impactando seus valores, políticas e as mais variadas ações. É preciso considerá-las nos processos de seleção, na comunicação interna, nos sistemas de promoção e até mesmo na estrutura física da empresa, avaliando pontos como a acessibilidade
A atenção à diversidade e inclusão deve ser contínua, assim como aos demais valores. Sua implantação, portanto, não acontece do dia para a noite: é preciso um estudo sobre o assunto e sobre o cenário atual do negócio, percebendo as condições, as demandas e os problemas mais urgentes. A partir daí, deve-se traçar um plano estratégico e iniciar as ações.
Um ponto fundamental é que a cultura organizacional seja voltada para a promoção da diversidade. É preciso que os valores, as políticas e as estratégias da empresa considerem esse objetivo, para que ele esteja realmente presente em seu dia a dia. Assim, reavalie as condutas, as crenças e os pilares da companhia.
Como é o código de ética da organização? Há permissão para brincadeiras e piadas preconceituosas? Existe um canal de denúncia para casos de assédio e discriminação? Quais são os parâmetros para subir de cargo? Eles definem possibilidades justas entre os colegas? Esses são alguns exemplos do que deve ser revisado.
É interessante criar um programa efetivo de inclusão, envolvendo medidas de conscientização e informação. Além disso, a promoção da diversidade não precisa se restringir aos funcionários, contemplando também os fornecedores e parceiros, por exemplo. Invista na diversidade em diferentes âmbitos, contribuindo ainda mais para um mundo mais positivo.
2. Escutar os colaboradores
Escute os funcionários quanto às suas percepções da diversidade e da inclusão na empresa. Quais os problemas e as sugestões apontados pelos grupos minoritários? Verifique os preconceitos e se há situações de opressão. Analisar como todos enxergam o tema ajuda a identificar ações importantes, como as melhores medidas de conscientização.
Vale lembrar que o tema toca em questões bem delicadas. Preconceitos e inferiorização afetam extremamente a nossa saúde mental, por mais que ocorram de forma implícita ou em "pequenas" atitudes. Assim, tenha cuidado com a forma de abordar o assunto, preservando o sigilo e a privacidade de todos. Demonstre interesse em ajudar e transformar esse cenário.
Você pode, inclusive, criar um canal de denúncias anônimas, para situações de ofensa, violência ou discriminação. Isso contribui muito para ser uma empresa realmente inclusiva, mas é preciso agir, e não apenas receber as queixas. É possível, ainda, criar comitês voltados para a diversidade, que auxiliem continuamente a abordar o assunto.
3. Contar com o apoio da liderança
Como já mencionamos, é preciso que as oportunidades sejam de todos, sem prejuízos por causa das diferenças. Pessoas de grupos minoritários têm o mesmo direito de ocupar cargos mais altos, como a liderança e a gestão. Aliás, isso é fundamental para que as práticas se tornem inclusivas, pois esses profissionais terão olhares mais realistas sobre o assunto.
Busque analisar como ocorrem as promoções e evolução de carreira. É preciso considerar as particularidades de cada um, como contexto social e questões cognitivas, pensando em como tornar o processo justo. Adaptações nos critérios e capacitações podem ser necessárias, por exemplo.
A liderança deve estar engajada na promoção da diversidade, dando o suporte necessário ao RH nessa missão. Os líderes devem estar atentos às posturas dos profissionais, combater o preconceito e analisar as demandas e desafios do dia a dia nesse cenário. Para isso, eles precisam receber treinamentos adequados e desenvolver uma atuação cada vez mais humanizada.
Para trabalhar com questões relativas à diversidade na rotina da empresa, outra ideia interessante é criar comitês de representatividade. Esses grupos são formados por integrantes das minorias, que percebem e conhecem melhor do que ninguém as demandas de seu coletivo. Eles ajudarão a identificar problemas, assuntos a serem abordados e adaptações que a companhia deve fazer para atender melhor a seus funcionários.
4. Modificar o processo de recrutamento e seleção
As questões de equidade comentadas acima também são importantes para os processos de recrutamento e seleção. As ações tradicionais não levam em conta as diferentes demandas e contextos, prejudicando os grupos minoritários em uma competição desigual com quem se encaixa nos padrões. Os pontos a rever incluem:
- a forma de divulgação: em quais contextos sociais está chegando a oferta de vagas? Quais grupos os requisitos contemplam?
- a estrutura das etapas e provas: há acessibilidade para quem precisa? São fornecidos o tempo e as condições adequadas para todos?
- o pensamento dos recrutadores: os profissionais sabem da importância da diversidade para a empresa? Será que há preconceitos, mesmo que inconscientes, em suas avaliações?
Esses são apenas alguns exemplos. Vale comentar, aqui, da importância de também contar com um time diversificado de recrutadores, pois isso ajuda a evitar preconceitos e discriminações.
Os processos seletivos trazem as primeiras barreiras para a diversidade na empresa. Muitas vezes, as técnicas, os critérios e a própria mentalidade do recrutador favorecem quem está dentro dos padrões, criando oportunidades desiguais entre os participantes.
Não permita que fatores como instituições de ensino ou quantidade de formações sejam os grandes determinantes de uma decisão, por exemplo. Isso limita os profissionais às suas condições econômicas e aos desafios de sua história. Em vez disso, considere os aspectos comportamentais, a dedicação e o interesse de cada um pela vaga.
Também é preciso dar os recursos para que cada um mostre o seu potencial. Uma pessoa com deficiência pode precisar de certas adaptações para se comunicar, por exemplo, como a presença de um intérprete de Libras ou recursos de audiodescrição. Quando isso não é encontrado, o candidato já será prejudicado por algo que não está relacionado com as suas competências.
Da mesma forma, se essa pessoa é vista como menos capaz ou "dispendiosa" para a empresa, suas chances na competição serão reduzidas devido a um julgamento. Assim, é preciso tomar cuidado com as crenças, as percepções e os preconceitos.
Os recrutadores devem estar abertos à diversidade e trabalhar suas próprias concepções. O preconceito pode existir mesmo de forma inconsciente, então é importante estar sempre atento e buscar aprendizado e transformação. É preciso enxergar para além do óbvio e do tradicional, abrindo-se para o novo e para as verdadeiras potencialidades dos indivíduos.
5. Comunicar e humanizar o atendimento
Alinhe a comunicação da empresa à cultura de diversidade e inclusão. Isso vale tanto para as ações internas quanto externas. Fique atento, por exemplo, à acessibilidade dos canais de informação com os funcionários e seus clientes. Aplique realmente os valores em suas práticas e no seu posicionamento.
A empatia e a humanização não valem apenas para o interior da empresa. Leve-os para o atendimento externo, respeitando seus clientes e mostrando que o negócio está comprometido com uma sociedade melhor.
A diversidade e a inclusão nas empresas ainda enfrentam uma série de desafios, como a ausência de informação, as dificuldades de aceitação e até mesmo a falta de preparo do RH. Assim, é preciso investir em humanização, conscientização e capacitação, desenvolvendo competências acerca dessas questões e promovendo os melhores resultados.
Essas são dicas fundamentais para a promoção da diversidade nas empresas. Ao aplicá-las, seu negócio se mantém atualizado e caminha na direção de uma realidade mais saudável e construtiva.
Esperamos que tenha gostado do post! Para te ajudar ainda mais com esse assunto, confira agora as nossas dicas de como lutar contra o preconceito no ambiente de trabalho!